quinta-feira, 14 de maio de 2009

NÃO


Olá amigos!
Depois de um bom tempo sem postar nada...Eis-que estou de volta!!!
De vez enquando é bom dar uma pausa, deixar de somente falar, falar e ouvir um pouco. Observar também é bom, principalmente quando se tira um tempo para ouvir e observar as coisas de Deus. Mas volto compartilhando com vocês, um texto que me foi repassado e debatido em aula.
Muito bom... Desejo uma boa reflexão a todos...
Criando um monstro

O que pode criar um monstro?O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida deoutras duas jovens por... Nada?Será que é índole? Talvez, a mídia?A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental? Permissividade dasociedade? O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrarna casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos,ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoasinocentes? O rapaz deu a resposta: 'ela não quis falar comigo'. A garota dissenão, não quero mais falar com você. E o garoto, dizendo que ama, nãoaceitou um não. Seu desejo era mais importante.Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam osprogramas vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira muitosimplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros semserem chamados. Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei que o não da menina Eloá foi o único. Faltarammuitos outros nãos nessa história toda. Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos NÃO podianamorar um rapaz de 19. Faltou uma outra mãe dizer que NÃO iria sucumbirao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha.Faltou outros pais dizerem que NÃO iriam atender ao pedido de umpolicial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, comsorte, já tinha escapado com vida. Faltou a polícia dizer NÃO ao próprioplanejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá. Faltou ogoverno dizer NÃO ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, quepermitiu que o tal sequestrador conversasse e chorasse compulsivamenteem todos os programas de TV que o procuraram. Simples assim. NÃO. Pelojeito, a única que disse não nessa história foi punida com uma bala nacabeça. O mundo está carente de nãos. Vejo que cada vez mais os pais eprofessores morrem de medo de dizer não às crianças. Mulheres ainda têmmedo de dizer não aos maridos ( e alguns maridos, temem dizer não àsesposas ). Pessoas têm medo de dizer não aos amigos. Noras que nãoconseguem dizer não às sogras, chefes que não dizem não aossubordinados, gente que não consegue dizer não aos próprios desejos. Eassim são criados alguns monstros. Talvez alguns não cheguem asequestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um não, sejado guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerentedo banco. Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal. Os pais dizem, 'não posso traumatizar meu filho'. E não é raro eu veralguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos. Outros gastam o que nãotêm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicaspara suas crias. Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícilouvir alguém dizer não, você não pode bater no seu amiguinho. Não, vocênão vai assistir a uma novela feita para adultos. Não, você não vaifumar maconha enquanto for contra a lei. Não, você não vai passar amadrugada na rua. Não, você não vai dirigir sem carteira de habilitação.Não, você não vai beber uma cervejinha enquanto não fizer 18 anos. Não,essas pessoas não são companhias pra você. Não, hoje você não vai ganharbrinquedo ou comer salgadinho e chocolate. Não, aqui não é lugar paravocê ficar. Não, você não vai faltar na escola sem estar doente. Não,essa conversa não é pra você se meter. Não, com isto você não vaibrincar. Não, hoje você está de castigo e não vai brincar no parque. Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmesNÃOS crescem sem saber que o mundo não é só deles. E aí, no primeironão que a vida dá ( e a vida dá muitos ) surtam. Usam drogas. Compramarmas. Transam sem camisinha. Batem em professores. Furam o pneu docarro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante. Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelocontrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com umamor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamenteentender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um não.Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer - é tambémresponsabilidade. E quem ouve uns nãos de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo que é importante dizer não aalgumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, comrespeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem. O não protege, ensina e prepara. Por mais que seja difícil, eu tento dizer não aos seres humanos quecruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e tento respeitartambém os nãos que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. Acreditoque é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está asolução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossosdias.


Autor desconhecido

Outubro de 2008

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